Com a autorização da Prefeitura para a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) implantar o projeto de gasodutos na Cidade, começa outra discussão: a relação custo/benefício do consumo do produto nas residências.

Assim como nos carros, o uso do gás em imóveis residenciais pode ser muito vantajoso economicamente. No entanto, é preciso ver se o investimento para a instalação vale a pena.

Esse é o raciocínio do presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens José Reis Moscatelli, ao afirmar que as redes de gás liquefeito de petróleo (GLP) terão que ser adaptadas para receber o gás natural, mesmo nas construções mais modernas.

Atualmente, nos condomínios que contam com o produto para esquentar a água de chuveiros, torneiras e outros equipamentos, a conta de gás pode ser paga de duas formas: cada residência tem seu consumo específico, ou o gasto de todo o prédio é embutido na despesa do condomínio, que é calculada de acordo com o tamanho do imóvel.

O ideal, segundo Moscatelli, seria que cada cidadão pagasse apenas pela quantidade que ele consumir. "Isso é o que a Comgás prometeu. A utilização do gás natural nas residências certamente é um avanço. Mas é preciso analisar o quanto as pessoas terão que pagar para usufruir disso", reforça.

Por ser um procedimento recente, o sindicalista não tem estimativas de valores da instalação de uma rede de gás, mas ressalta que a maioria das construções erguidas nos últimos dez anos conta com esse recurso.

Adaptações
As modificações não são muitas, mas trabalhosas. Na verdade, as adaptações não são na rede de gás, mas nos aparelhos que hoje são alimentados com o GLP e receberão o gás natural.

Há dez anos instalando redes de gás em residências, comércio e indústrias, Fernando Santos Lobão explica que o sistema que utiliza o gás de cozinha (GLP) é totalmente compatível com o gás natural, mas o sistema de injetores da queima do combustível dos equipamentos precisa ser reforçado.

Segundo Lobão, adaptar chuveiros, aquecedores e torneiras custa cerca de R$300,00. "Porém, nem sempre a relação custo/benefício será favorável", alerta o instalador, e completa: "Esse projeto é perfeitamente viável para os prédios que serão construídos, pois nos edifícios antigos, a instalação de uma rede de gás é bem complicada".

No entanto, o gás natural custa menos que o GLP. Para se ter uma idéia, o metro cúbico do gás natural veicular (GNV) - produto semelhante ao que irá abastecer as residências - é vendido na Baixada Santista, em média por R$1,37 e equivale a cerca de 2,5 kg do gás de cozinha, comercializado entre R$2,00 e R$4,00 o quilo.

Mas o preço do GNV é diferente do gás residencial, mesmo sendo o mesmo produto, diz o superintendente da Comgás, César Fernandes. Ele ressalta que, quanto mais se utilizar o gás natural, mais econômico o produto fica. "Mais de 500 mil residências no Estado recebem o gás natural, que pode ser utilizado de várias formas".

Além do aquecimento da água do chuveiro e da torneira, Fernandes lembra que os consumidores substituirão o GLP na cozinha, uma vez que o gás natural canalizado é ininterrupto.

"Existem condomínios que utilizam gás natural no aquecimento de piscinas e sistemas de ar-condicionado".

Facilidades
Assim como o superintendente, o diretor de Mercado Residencial e Comércio da Comgás, Luís de Mello Awazu, fez questão de deixar claro, no dia da autorização da Prefeitura (na última quinta-feira), que as pessoas não serão obrigadas a utilizar o produto.

Em relação aos custos, o diretor disse que todos que optarem pelo serviço terão um relógio instalado em sua casa, que medirá o consumo.

Uma nota fiscal será emitida no final do período para ser paga pelo cliente, assim como acontece com as contas de luz e de água.

Ele ressaltou, ainda, que a empresa oferecerá assistência técnica na hora de se adaptar as instalações residenciais ou comerciais, e também financiará equipamentos, como o aquecedor de chuveiro, em até 36 vezes.

(Veiculado no Jornal A Tribuna de Santos em 29/07/06)

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