Pode não parecer, mas é dentro do próprio lar que estão as maiores armadilhas responsáveis por acidentes de idosos. Com consequências que afetam do físico ao psicológico, as quedas são um problema de saúde pública e resultaram na internação de 20 mil velhinhos em 2008 no Estado. Para conscientizar a população, a Fundação Mapfre lançou esta semana a campanha Maior Cuidado, cuja tônica é a prevenção.

A mobilização da organização espanhola, em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo, incluiu o lançamento do Guia de Prevenção: Riscos Domésticos para Idosos, divulgado durante a Semana Mundial de Prevenção às Quedas de Idosos.

Responsável pela tradução e adaptação do material no Brasil, a mestranda em Gerontologia e fonoaudióloga Sandra Regina Gomes explicou que o manual é resultado de uma pesquisa que traçou o perfil do idoso que se acidenta na Espanha.

Segundo ela, o cenário é muito parecido em todo mundo. Em geral, o principal e mais grave acidente é a queda, que em sua maioria, 70%, ocorre em casa. Seja o fio solto no chão ou o tapete escorregadio, é necessário adequar o ambiente às limitações da idade.

"Temos que aceitar e respeitar nossos processos de vida", advertiu Sandra, lembrando que 40% dos que caem têm mais de 80 anos.

Conforme a especialista, um ambiente seguro implica em mudanças que facilitem a locomoção pela casa, como a disposição de móveis, reforço na iluminação, retirada de fios e tapetes soltos do chão, pisos e calçados antiderrapantes e instalação de corrimãos e barras de apoio.

TONTURA
Além dos cuidados no lar, alguns costumes das pessoas mais velhas também devem ser repensados. "Muitos deixam só o abajur ligado, para economizar, e a iluminação fica fraca. Levantar da cama rápido ou ficar de cabeça baixa muito tempo podem provocar tontura, o que leva às quedas".

Nesse sentido, o acompanhamento médico de rotina é outra importante ação preventiva, permitindo o diagnóstico de quadros de labirintites ou outras situações que prejudiquem o equilíbrio ou a visão. A prática de exercícios físicos e uma dieta adequada completam as medidas.

Sandra lembrou que após a primeira queda, o número de internações decorrentes do episódio inicial tende a aumentar, favorecendo quadros de pneumonia, infecção hospitalar e causando até a morte.

"As quedas comprometem a autonomia do idoso, que pode ficar fragilizado, com medo de sair de casa e desenvolver depressão", afirmou. "Não estamos preparados culturalmente para lidar com o envelhecimento no Brasil", completou, acrescentando que as adaptações nas residências da Espanha são pagas pelo governo.

ENVELHECIMENTO
Os números mostram que a mudança no cenário demográfico implicará na adequação e planejamento da sociedade para que o envelhecimento seja acompanhado do aumento da qualidade de vida.

A Organização Mundial de Saúde calcula que em 2050 haverá 2 bilhões de idosos no mundo. A maioria, 80%, estará nos países em desenvolvimento, como o Brasil.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), de 2007, identificou perto 20 milhões de pessoas com 60 anos ou mais no País, ou seja, 10% dos brasileiros.

Fonte: Jornal A Tribuna

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