A cada ano que passa cresce no mundo o número de pessoas que morrem em decorrência de doenças cardíacas. A estimativa global indica que são cerca de 17 milhões de vítimas de problemas deste porte por ano, o que representa um em cada três óbitos. E se antes as moléstias cardiovasculares eram quase uma exclusividade de países ricos, hoje as nações pobres e em desenvolvimento inverteram essa lógica, representando 80% dos casos.
No Brasil, a situação não é diferente.
 
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 300 mil brasileiros morrem anualmente por complicações cardiovasculares. Clinicamente falando, todas sofreram uma parada cardíaca. Porém, ao contrário do que possa parecer, isso não necessariamente significa que elas sofreram um enfarto.
 
Segundo o cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Coronariopatias Agudas do Instituto do Coração (Incor), José Carlos Nicolau, um dos maiores equívocos que as pessoas têm nos dias de hoje é justamente confundir uma parada cardíaca com um enfarto.
 
Na verdade, as duas situações podem estar ligadas, o que não significa, porém, que sejam a mesma coisa. Sendo assim, a única maneira de entender as diferenças é compreendendo a peculiaridade de cada um dos casos. "É fácil explicar uma parada cardíaca: o coração é uma bomba de sangue. Se ele deixa de funcionar, seja qual for o motivo, foi uma parada cardíaca", explica Nicolau.
 
Isso significa que diversas moléstias podem fazer com que o coração pare de funcionar, como insuficiência cardíaca, embolia pulmonar, arritmia cardíaca congênita e, principalmente, enfarto.
 
"É até natural que as pessoas confundam um com o outro. Os enfartes representam cerca de 70% das paradas cardíacas. Ou seja, é uma ligação muito forte e há quem relacione automaticamente uma coisa à outra", diz o especialista.
 
Na prática, um enfarto é a obstrução de um vaso que leva o sangue ao coração. "Além de fazer com que o sangue circule pelo corpo, o coração precisa de sangue para seu próprio funcionamento. Quando o vaso está interrompido, a região relacionada a ele pode morrer. Ou seja, há casos de enfarto de fígado, do cérebro e, é claro, do miocárdio do coração".

PERFIL
Ao contrário do que convencionou-se dizer, os riscos maiores de enfarto não estão relacionados a adultos. De 2.751 enfartados atendidos pelo Incor nos últimos dez anos, 479 (ou 17,4%) tinham 50 anos ou menos. No entanto, não se pode negar que os homens são as maiores vítimas, correspondendo a 1.932 do total (70,2%).
 
Segundo José Carlos Nicolau, os riscos de enfarto são muito superiores entre idosos. "Em jovens e pessoas que praticam muitas atividades, é bem mais comum uma cardiomiopatia hipertrófica (porção do miocárdio espessada sem nenhuma causa óbvia)".
 
Cardiologistas são unânimes na hora de enumerar o primeiro passo a ser tomado para evitar um enfarto: nada de sedentarismo. "E as pessoas que têm propensões como colesterol e pressão altos, diabetes e quem fuma muito, por exemplo, devem se cuidar em dobro. Só se previne um enfarto evitando fatores de risco", justifica.
 
Como Agir
No caso de paradas cardíacas, as chances de sobrevivência dependem muito da agilidade no atendimento. Se a vítima for socorrida no primeiro minuto após a parada, ela tem 90% de chances de sobreviver. Porém, a cada minuto que passa essa possibilidade cai 10%. Por isso, o procedimento inicial é fundamental. A primeira coisa a fazer nestas horas é acionar o socorro médico. Depois, checa-se os sinais vitais da vítima. Constatada a perda deles, faz-se a respiração de resgate, espécie de assoprão na boca. A quarta etapa consiste na massagem cardíaca. Por fim, tenta-se reanimar a pessoa com choques por meio de um desfribilador.

Fonte: Jornal A Tribuna

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