Não basta apenas arrumar a casa por dentro. De olho na valorização imobiliária, edifícios da Cidade apostam em reformas para modernizar fachadas e elevar o preço dos apartamentos em até 8%.
E não é difícil encontrar prédios em obras pelas ruas de Santos. Na orla, mais de 15 condomínios passam por reparos, que podem ser simples pinturas ou trocas de revestimentos, janelas e portões.
O delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) em Santos, Carlos Manoel Neves Ferreira, considera as reformas uma alternativa para a valorização do patrimônio.
“Com os novos empreendimentos, essa pode ser a saída para não deixar os imóveis antigos para trás”.
Em um apartamento no Boqueirão, com quatro dormitórios e uma suíte, avaliado em R$ 800 mil, uma reforma pode significar mais R$ 64 mil ao proprietário. “O custo da reforma é diluído entre os condôminos e não pesa para ninguém”.
De acordo com o Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações (Deconte), da Prefeitura, neste ano, 80 licenças foram expedidas para obras de reparos.
São os casos de intervenções que necessitam de andaimes ou tapumes, ou ainda alterem  a estrutura dos empreendimentos.
Elas devem ser comunicadas ao órgão municipal competente, que é a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações (Siedi). A autorização para a obra sai em 15 dias.

DESGASTE NATURAL
De acordo com o arquiteto e urbanista Maurício Azenha Dias, com as reformas os condomínios investem também na proteção ao patrimônio.
“A variação de temperatura, que é uma característica da Cidade, é ingrata com as construções.
Isso não favorece, por exemplo, a aplicação de texturas granuladas, que acumulam fungos”, explica.
Para o presidente do Sindicato dos Condomínios Prediais do Litoral Paulista (Sicon), Rubens Moscatelli, além da valorização dos imóveis, os condôminos também recorrem às reformas para suprir a falta de materiais originais.
“Chega um momento em que não se encontram mais os azulejos originais e a saída é trocar todo o revestimento do prédio”, destaca.
A substituição de revestimentos é o reparo que sai mais caro para os condôminos. Segundo o diretor e engenheiro  responsável pela T-Recupera Serviços de Engenharia e Recuperação Ltda., Franco Pagani, uma obra de troca de revestimentos em um prédio de 10 a 16 andares não sai por menos de R$ 300 mil.
“Temos serviços que chegam a custar R$ 500 mil”.
Já reformas mais simples, como pinturas em prédios de até três andares, ficam entre R$ 10 mil e R$ 80 mil. “Reforma não é barato, principalmente se forem usados produtos de boa qualidade”.

TENDÊNCIAS
De acordo com Azenha, como os edifícios da orla de Santos têm entre 40 e 50 anos de construção, a maioria busca a substituição de pastilhas por revestimentos de 10 por 10 centímetros.
A vantagem, neste caso, é a utilização de menos rejunte. Esse material sofre mais com a ação do tempo e da maresia.
“As novas cerâmicas têm outra tecnologia. Elas duram muito mais, apesar de terem um custo maior de aplicação”.
Azenha estima que revestimentos cerâmicos tenham, em média, 30 anos de duração, enquanto as pinturas devem ser refeitas em cinco ou seis anos.
A troca de portões de alumínio por vidros transparentes é outra tendência bem aceita na Cidade. O custo de instalação é considerado baixo e o de manutenção também. “Eles precisam apenas de lavagem com água e sabão, não dão a impressão de deixar os moradores enjaulados”. O arquiteto alerta para a preservação dos detalhes do edifício. Para ele, as reformas podem causar verdadeiros “desastres arquitetônicos” se as características originais não forem respeitadas.

Fonte: Jornal ATribuna de Santos - 04/09/2011

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